Jurei milhões de vezes coisas impossíveis pro meu ser, sabendo que quem eu era não poderia ir além ou só me parando por medo. Jurei em silêncio aos teus olhos sentimentos que não me cabiam, transbordei e agora já sou outra, posso ter nadado em águas próprias, oceano particular, remando por mim dentro de uma história que mais parecia com um bote furado. O fim? Fadado.
Naquela vez que você apareceu de novo, eu já tinha feito minhas malas da nossa história, que agora nem é mais nossa, só pertence ao universo e tudo que podia nos alinhar naquele tempo. Dessa vez que você apareceu de novo você já tem alguém novo e eu também, mas eu não te disse, não precisava, dentro de mim já é uma morada tão quente que nenhum assopro vai mudar.
Dessa vez, a gente não era mais a gente, e daquela vez que a gente tentou se despedir numa catástrofe de nós, aquele texto que eu ia publicar numa revista era tão seu, era pra que você ficasse e você tava fechando a porta e indo embora. Você nunca leu o que eu tinha pra dizer, e sabe, foi bom.. Porque eu pensava que tudo que tava escrito com tanto sentimento iria te fazer ficar e você precisava ir embora sozinho. Hoje eu vejo e entendo todas as coisas e não significa estar aberta pra sua volta, significa estar aberta pra sua ida.
A gente fez o amor ser um fardo pesado que ele jamais deveria ter sido e exatamente por isso que não somos mais. A gente fez tanta coisa errada que a única certa não bastou... Era pouco, pequeno, perto de tanto que ainda podia ser possível. Hoje eu vejo tanta coisa.
Ainda poderia ter apostado que você me visitaria de novo de algum jeito, ganhei a aposta de mim mesma, ganhei meu orgulho, engolido e amassado, porque fiquei com vontade de te confrontar, indagar questões que nem devem ter mais respostas, mas assim, eu te daria o papo que você queria e não mais uma conversa quase monossilábica. Prefiro a certeza que já tenho, a fé em nós que não existe mais, do que mais justificativas suas. Prefiro minha paz invés de te dar o gosto de pisar em meu orgulho e olha que ando tão sem papas na língua...
Eu queria que você ficasse. Queria no passado, queria porque você mostrou que era possível amar alguém com toda loucura, queria tanto que nem via que quando eu ainda insistia em nós, você já tinha saído fora. A nossa música tinha razão, amores fracos não merecem o meu tempo.
