domingo, 9 de agosto de 2015

Tecidos e relacionamentos



Dia desses fui em busca de um tecido perfeito pra fazer uma peça de roupa que tô afim... Ele não podia ser muito fino, como uma seda, se não seria muito difícil de costurar na minha máquina, ele não podia ser de outra estampa, se não eu não ia querer, ele não podia ter o outro lado em branco, se não não seria perfeito. Eram tantas objeções... Mas, finalmente encontrei a estampa perfeita, o tecido leve como eu queria, perfeito. E como notícia ruim chega rápido, eis the bad news, o tecido tinha menos do eu precisava, eram os últimos 70cm e que, infelizmente não serviriam pra mais nada.
Onde eu quero chegar com isso? Vamos lá... Amores muitas vezes são como uma loja de tecidos, você sempre vai sair em busca do que está afim no momento, pra preencher qualquer necessidade sua, não importa qual seja, mas no fundo ela pode ser exatamente como esse pedaço de tecido.
Lindo, do jeito que você sempre quis, alguém que quando você pensa em ideal é essa imagem que vem na sua mente, que só de pensar em outras opções fica aterrorizante, mas que simplesmente não te serve naquele momento. Não da pra mudar, você vai pensar que não pode ser com outro tecido (ou pessoa), mas é provável que você precise fazer outra costura, talvez um remendo, não importa mais agora; mas talvez aquele pedaço de tecido não te sirva pra mais nada.
Talvez seja preciso, mesmo com medo, olhar pro tempo e dizer que seu tempo já foi... Mesmo que pareça estranho contar os meses e notar o quanto passou e por mais que secretamente saiba qualquer data, haverá o medo de cair em si, como num choque de realidade e perceber que faz tempo pra caramba e continuo de olho no mesmo pedaço de tecido, que não sei desistir daquela velha ideia quando costumo desistir muito fácil de qualquer coisa que me tire o interesse. Tenho todos os medos do mundo, porque o risco sempre foi muito grande, odeio desistir de alguma ideia que me parecia tão boa, odeio não concluir projetos, odeio principalmente achar o tecido que eu queria, com a estampa perfeita, e não ter a quantidade que precisava. Eu sempre gostei de metáforas. Eu não sei de mais nada.   

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